Silagem de colostro

Abstract

O colostro bovino possui elevado valor nutricional e desempenha papel essencial na transferência de imunidade passiva aos recém-nascidos. Quando produzido em volume superior à capacidade de ingestão das bezerras, o excedente pode ser aproveitado por meio de técnicas de conservação, entre elas a fermentação anaeróbica, resultando na silagem de colostro. Essa prática apresenta potencial para reduzir custos de aleitamento, otimizar o uso de recursos e minimizar perdas nas propriedades leiteiras. Durante o processo fermentativo, ocorre redução do pH em função da atividade de bactérias ácido-lácticas, que transformam a lactose em ácidos orgânicos, promovendo acidificação e inibição de microrganismos indesejáveis. Estudos indicam que, quando adequadamente fermentada e manejada, a silagem de colostro pode apresentar segurança microbiológica após aproximadamente 28 a 30 dias de armazenamento. Entretanto, fatores como higiene, temperatura ambiente, amplitude térmica e condições de estocagem influenciam diretamente a qualidade final do produto, podendo ocasionar perdas quando não controlados. Considerando esses aspectos, a silagem de colostro configura-se como alternativa viável para o aproveitamento do colostro excedente e pode contribuir para o manejo nutricional de bezerras, desde que adotadas práticas adequadas de coleta, higiene, fermentação e conservação.