Incorporação do corante natural da uva proveniente dos resíduos do processo de vinificação em produtos cosméticos

Abstract

Durante o processo de fabricação do vinho, toneladas de residuos (bagaço da uva) são gerados, sendo um grande problema o seu descarte. Nas cascas das uvas são encontradas altas concentrações de antocianinas, que são responsáveis pela coloração e corante natural da fruta, ajudando a protegê-la contra fatores extrinsecos, como agentes antioxidantes, radiações ultravioleta e entre outros. O objetivo do trabalho foi promover a extração por maceração com propilenoglicol do corante da casca da uva proveniente do residuo gerado a partir do processo de vinificação e incorporar o extrato em uma formulação cosmética de creme não iónico. Foram realizadas duas extrações por maceração com o propilenoglicol na qual a concentração bagaço solvente era de 1:2, sendo filtradas a vácuo e armazenadas em vidros âmbares para proteção contra luz e ar Após dois meses o primeiro corante foi incorporado em cinco amostras de creme nas concentrações de 5%, 10%, 15%, 20% e 25% para avaliar a melhor concentração a ser utilizada em relação à espalhabilidade e coloração obtida do corante. O segundo extrato obtido foi analisado após quatro meses para avaliar as mesmas condições expostas para o primeiro extrato, onde se notou uma leve degradação de sua coloração. Foram realizados testes de estabilidade do corante incorporado ao creme durante sete dias numa concentração de 15% (considerada a melhor concentração em termos de espalhabilidade e coloração do creme), em condições de temperaturas elevadas e em baixas temperaturas, no qual houve modificações na coloração do creme. Os testes com o espectrofotômetro UV-VIS foram realizados pra avaliar a maior faixa de absorção de luz do corante. Os resultados das absorbáncias de corante mostram altos niveis de absorbancia na região do ultravioleta, indicando a grande capacidade de absorção de raios ultravioleta, podendo ajudar a formar proteção contra este tipo de radiação.

During the winemaking process, tons of waste (grape marc) are generated, making it a major waste disposal problem, generating a polluting source for the environment. Grape peel contain high concentrations of anthocyanins, which are responsible for the pigmentation and natural coloring of the fruit, Helping to protect it against extrinsic factors such as antioxidants, ultraviolet radiation and others. The objective of this paper was to promote the extraction by maceration with propylene glycol of the grape skin dye from the residue generated from the vinification process and incorporation of the dye into a cosmetic formulation of nonionic cream. Two extractions were performed by maceration with propylene glycol in which the bagasse: solvent concentration was 1: 2, being vacuum filtered and stored in amber glasses to protect against light and air. After two months the first dye was incorporated into five cream samples at the concentrations of 5%, 10%, 15%, 20% and 25% to evaluate the best concentration to be used in relation to the spreadability and coloration obtained from the dye. The second extract obtained was analyzed after four months to evaluate the same conditions exposed for the first extract, where a slight degradation of its coloration was noticed. Stability tests of the dye incorporated into the cream were performed for seven days at a concentration of 15% (considered the best concentration in terms of spreadability and cream coloration), under high temperature and low temperature conditions, in which there was a change in the colour of the cream. Tests with the UV-VIS spectrophotometer were performed to evaluate the highest light absorption range of the dye. The results of the dye absorbances show high levels of absorbance in the ultraviolet region, indicating the great capacity of absorption of ultraviolet rays, and it can help to form protection against this type of radiation.