Transição da indústria siderúrgica para economia verde: desafios e oportunidades

Abstract

A transição da indústria siderúrgica para a economia verde tem ganhado destaque diante das metas globais de descarbonização e da crescente demanda por produtos com menor impacto ambiental. Este trabalho analisa os principais desafios e oportunidades associados à adaptação da siderurgia brasileira a esse novo cenário. A metodologia adotada foi qualitativa, com base em revisão bibliográfica e análise comparativa de dados internacionais sobre emissões de CO₂ por tonelada de aço. Os resultados indicam que, apesar do Brasil contar com uma matriz energética predominantemente renovável, o setor siderúrgico ainda apresenta alta intensidade de emissões, evidenciando a necessidade de modernização. O estudo destaca o desenvolvimento do briquete verde pela Vale, capaz de reduzir em até 10% as emissões nas rotas convencionais, além de outras inovações como o uso de hidrogênio verde, ferro-esponja e tecnologias de eletrólise. Experiências internacionais, como o projeto HYBRIT, reforçam a viabilidade dessas soluções. Conclui-se que a modernização das matérias-primas e o investimento em tecnologias limpas são fundamentais para garantir a competitividade e a sustentabilidade do setor no cenário global.

The transition of the steel industry toward a green economy has gained increasing relevance in light of global decarbonization goals and growing market pressure for lowemission products. This study aims to analyze the main challenges and opportunities associated with adapting the Brazilian steel sector to this new scenario. The methodology used was qualitative, based on a literature review and comparative analysis of international data on CO₂ emissions per ton of steel produced. The results indicate that, although Brazil benefits from a predominantly renewable energy matrix, its steel industry still shows high carbon intensity, highlighting the need for modernization. The study emphasizes innovations such as the green briquette developed by Vale, capable of reducing emissions by up to 10% in traditional routes, as well as the use of green hydrogen, sponge iron, and molten oxide electrolysis technologies. International experiences, such as the Swedish HYBRIT project, reinforce the feasibility of these alternatives. It is concluded that upgrading raw materials and investing in clean technologies are key strategies to ensure the Brazilian steel sector’s long-term sustainability and global competitiveness.