Avaliação comparativa da eficácia da adição de aromatizantes em diferentes etapas do processo de saponificação: durante e após a reação

Abstract

A origem do sabão remonta à Antiguidade, quando percebeu-se que a mistura de cinzas e gordura animal proveniente de fogueiras e altares resultava numa espuma limpante. Com o avanço da ciência, entendeu-se que o uso do sabão também servia para evitar contaminações e doenças. Hoje, este, que é um sal de ácido carboxílico resultante da reação entre um ácido graxo e uma base forte, é considerado um item básico de higiene pessoal. Tradicionalmente, o aromatizante é adicionado logo após os demais componentes da fórmula, logo quando o processo de saponificação começa. No entanto, como esse processo envolve altas temperaturas e ambiente altamente alcalino, a intensidade do aroma é prejudicada. Neste estudo avaliamos se adicionar o aromatizante em temperatura ambiente e somente após a saponificação ter sido concluída poderia contornar esse problema e produzir um sabão com aroma mais intenso e duradouro. Utilizamos como aromatizante o óleo essencial de hortelã-pimenta, que possui propriedades terapêuticas. Ele foi adicionado a duas barras distintas em momentos diferentes da fabricação. Ambas as barras foram submetidas a testes laboratoriais de espuma, durabilidade, limpeza e pH, cujos resultados apresentaram pouca variação entre si. Na segunda parte do estudo, uma análise organoléptica serviu para determinar se de fato houve alguma diferença na fixação e durabilidade do aroma. Os resultados apontaram uma ligeira melhora. Porém, como esta foi discreta, sugerimos que novos estudos sejam conduzidos a fim de avaliar se o tempo e custos envolvidos nessa forma de fabricação alternativa são compensados pelo ganho na intensidade do aroma.

he origin of soap dates back to Antiquity, when it was discovered that the mixture of ashes and animal fat from campfires and altars resulted in a cleansing foam. With scientific advancement, it became understood that the use of soap also helped prevent contamination and disease. Today, this substance—technically a carboxylic acid salt resulting from the reaction between a fatty acid and a strong base—is considered a basic personal hygiene item. Traditionally, the fragrance is added shortly after the other components of the formula, right when the saponification process begins. However, since this process involves high temperatures and a highly alkaline environment, the intensity of the scent is often diminished. In this study, we evaluated whether adding the fragrance at room temperature and only after the saponification process was completed could overcome this issue and result in a soap with a more intense and longer-lasting scent. We used peppermint essential oil as the fragrance, known for its therapeutic properties. It was added to two separate soap bars at different stages of production. Both bars were subjected to laboratory tests for foam quality, durability, cleansing power, and pH, with results showing little variation between them. In the second part of the study, an organoleptic analysis was conducted to determine whether there was a noticeable difference in fragrance retention and longevity. The results indicated a slight improvement. However, since this improvement was minimal, we suggest that further studies be carried out to assess whether the time and costs involved in this alternative manufacturing method are justified by the gain in scent intensity.