Diagnóstico dos hábitos alimentares da população durante a pandemia da Covid-19

Abstract

O isolamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) trouxe várias mudanças, inclusive possíveis repercussões sobre o hábito alimentar. Nosso trabalho teve como objetivo avaliar os hábitos alimentares de indivíduos que estavam vivenciando a pandemia do COVID-19. Para isso utilizamos de um estudo quantitativo e qualitativo, realizado no período de outubro a novembro de 2020. A coleta de dados foi realizada utilizando um questionário online enviado para a comunidade do Instituto Centro Paula Souza de Marília e região. Foram coletados dados socioeconômicos, antropométricos, saúde, hábitos alimentares e estilo de vida. Os dados foram analisados no software BioEstat 5.3. Em nossa pesquisa foram avaliados 433 indivíduos, sendo a maioria do sexo feminino (64%). Na pesquisa os indivíduos relataram um aumento no consumo de alimentos não saudáveis e piora no estado de saúde, além de 59,4% da amostra afirmaram estar ou residir com alguém em estado de sobrepeso ou obesidade, além de ser observado uma grande mudança no estilo de vida em relação ao uso de aparelhos eletrônicos e atividades físicas, como também foi observado um aumento significativo no consumo de alimentos saudáveis por uma parcela dos entrevistados. Constatou-se que o isolamento social decorrente da pandemia do novo coronavírus acarretou mudanças nos hábitos alimentares, estilo de vida, uso de aparelhos eletrônicos como smartphones e ganho de peso na maioria dos respondentes. Embora tenha sido identificado aumento no consumo de frutas, legumes e verduras, o consumo desta categoria de alimentos considerados saudáveis esteve antes e durante a pandemia, muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, enquanto o consumo de alimentos ultra processados e comfort foods, considerados alimentos não saudáveis obteve aumento. Sendo necessárias medidas pós pandemia que possam contribuir para a melhoria da saúde e qualidade de vida através de informações precisas e acessíveis, melhoria da qualidade e disponibilidade alimentar através de políticas públicas consistentes eficazes.

ABSTRACT: The social isolation resulting from the new coronavirus pandemic (COVID-19) brought several changes, including possible repercussions on eating habits. Our study aimed to evaluate the eating habits of individuals who were experiencing the COVID-19 pandemic. For this, we used a quantitative and qualitative study, carried out from October to November 2020. Data collection was carried out using an online questionnaire sent to the community of the Instituto Centro Paula Souza de Marília and the region. Socioeconomic, anthropometric, health, eating habits and lifestyle data were collected. Data were analyzed using BioEstat 5.3 softwares. In our research, 433 individuals were evaluated, most of them female (64%). In the survey, individuals reported an increase in the consumption of unhealthy foods and a worsening in their health status, in addition to 59.4% of the sample claiming to be or live with someone who is overweight or obese, in addition to observing a large change in style of life in relation to the use of electronic devices and physical activities, as well as a significant increase in the consumption of healthy foods by a portion of the interviewees was observed. It was found that social isolation resulting from the new coronavirus pandemic resulted in changes in eating habits, lifestyle, use of electronic devices such as smartphones and weight gain in most respondents. Although an increase in the consumption of fruits and vegetables was identified, the consumption of this category of foods considered healthy was before and during the pandemic, well below the recommended by the World Health Organization, while the consumption of ultra-processed foods and comfort foods, considered unhealthy food, increased. Post pandemic measures are needed that can contribute to improving health and quality of life through accurate and accessible information, improving food quality and availability through consistent effective public policies.