O impacto da industrialização na saudabilidade do indivíduo

Abstract

A alimentação, repleta de simbolismo e complexidade, se situa entre dois polos para o ser humano: Garante a sobrevivência e a manutenção da vida, mas, se desequilibrada, pode causar doenças e morte. Por este motivo, o objetivo deste trabalho foi analisar o impacto da industrialização na saudabilidade do indivíduo, utilizando-se de uma base teórica que contempla diferentes áreas científicas, tendo em vista que alimentar-se é mais do que, simplesmente, deglutir. A pesquisa mostrou que a Revolução Industrial, com o apoio do sistema capitalista, fomentou a produção agrícola, ao mesmo tempo em que gerou o êxodo rural, e consequente urbanização. Resultando em mudanças no estilo de vida, como a ida da mulher – responsável pela obtenção, seleção e preparo dos alimentos na cozinha doméstica – para o mercado de trabalho, exigindo maior praticidade na alimentação do dia a dia e a fabricação de alimentos industrializados que, por sua vez, necessitaram de melhores condições de conservação e transporte. Verificou-se que o desenvolvimento dos sistemas alimentares fez surgir restaurantes, supermercados, campanhas publicitárias, sedentarismo e alimentos ultraprocessados. Com a transição nutricional, surgiram distúrbios de origem alimentar, como as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e obesidade, devido diversos interferentes na saúde, que são responsáveis, atualmente, por cerca de 70% das mortes no mundo, o que repercute em novas exigências do consumidor. Diante disso, a alimentação atual se insere em uma corrente tecnológica, industrial e funcional, apontando novas direções para o tecnólogo de alimentos, profissional central na conjuntura estudada. ABSTRACT: Food, full of symbolism and complexity, is situated between two poles for the human being: It guarantees survival and maintenance of life, but, if unbalanced, it can cause illness and death. For this reason, the objective of this work was to analyze the impact of industrialization on the healthiness of the individual, using a theoretical basis that includes different scientific areas, considering that eating is more than simply swallowing. The research showed that the Industrial Revolution, with the support of the capitalist system, fostered agricultural production, at the same time it generated the rural exodus, and consequent urbanization. Resulting in changes in lifestyle, such as the departure of women - responsible for obtaining, selecting and preparing food in the domestic kitchen - to the job market, demanding greater practicality in daily eating and the manufacture of industrialized foods that, in turn, they needed better conservation and transport conditions. It was found that the development of food systems gave rise to restaurants, supermarkets, advertising campaigns, sedentary lifestyle and ultra-processed foods. With the nutritional transition, foodborne disorders, such as chronic non-communicable diseases (NCDs) and obesity, have emerged, due to various health interferences, which are currently responsible for about 70% of deaths in the world, which has repercussions on new consumer requirements. Therefore, the current diet is part of a technological, industrial and functional current, pointing to new directions for the food technologist, a central professional in the context studied.