Nutrição e saúde mental: influência dos sintomas emocionais com o comportamento alimentar

Abstract

Este estudo teve como objetivo principal investigar como os sintomas emocionais influenciam o consumo alimentar. Foram definidos três objetivos específicos: identificar a relação entre emoções e alimentos; elaborar e aplicar um instrumento de pesquisa sobre o tema; e analisar a associação entre sintomas emocionais e os alimentos consumidos. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, com base em revisão bibliográfica e coleta de dados primários por meio de formulário online. A revisão foi realizada em plataformas digitais como Google Scholar e SciELO, enquanto a aplicação do formulário ocorreu com estudantes de 14 a 25 anos, residentes na Baixada Santista, oriundos majoritariamente de instituições de ensino técnico, médio e superior. A amostra, não probabilística, contou com 155 participantes, e a coleta de dados foi conduzida entre abril e maio de 2025, com análise de conteúdo.Os resultados revelam que a maioria dos participantes percebe a influência da saúde emocional no comportamento alimentar. Alimentos industrializados, especialmente doces e fast foods, são frequentemente reconhecidos como “alimentos conforto”, em razão do seu elevado teor de açúcar, gorduras e carboidratos simples, os quais promovem alívio momentâneo e sensação de prazer, estimulando a liberação de dopamina no cérebro. Observou-se que, em estados de tristeza ou estresse, os participantes tendem a consumir mais doces e ultraprocessados, enquanto, em momentos de felicidade, optam por alimentos considerados saudáveis, como frutas e verduras.Apesar de 81,9% dos respondentes afirmarem manter uma boa relação com a alimentação, muitos relataram sentimentos de culpa, restrições excessivas e episódios de exagero alimentar. Tais comportamentos indicam uma relação complexa com a comida, que, embora sirva como recurso de regulação emocional, pode comprometer a saúde física e mental a longo prazo.

This study aimed to investigate how emotional symptoms influence eating behavior. Three specific objectives were defined: to identify the relationship between emotions and food; to develop and apply a research instrument on the topic; and to analyze the association between emotional symptoms and the types of food consumed. This is a qualitative study based on a literature review and primary data collection through an online questionnaire. The literature review was conducted using digital platforms such as Google Scholar and SciELO, and the questionnaire was applied to students aged 14 to 25 years, residing in the Baixada Santista region, mostly enrolled in technical, secondary, and higher education institutions. The non probabilistic sample included 155 participants, and data collection took place between April and May 2025, using content analysis.The results showed that most participants perceive a strong influence of emotional health on their eating behavior. Processed foods, especially sweets and fast food, are frequently recognized as “comfort foods” due to their high levels of sugar, fat, and simple carbohydrates, which provide immediate relief and a sense of pleasure by stimulating dopamine release in the brain. It was observed that during moments of sadness or stress, participants tend to consume more processed and sugary foods, while in moments of happiness, they prefer healthier options, such as fruits and vegetables.Although 81.9% of respondents reported having a good relationship with food, many also described experiencing guilt, excessive restrictions, and episodes of overeating. These behaviors indicate a complex relationship with food, which, although used as an emotional coping mechanism, may have ong-term negative effects on physical and mental health.