A broca na cana-de-açúcar: atualidades e desafios

Abstract

A broca da cana-de-açúcar é uma das principais problemáticas enfrentadas pelos produtores rurais, impactando diretamente a economia nacional. No estado de São Paulo, estima-se que, a cada 1% de infestação por broca, ocorra uma redução de 0,96% a 2,06% no rendimento de etanol por hectare e de 0,43% a 1,97% na produção de açúcar por hectare. Com o objetivo de compreender melhor essa praga, bem como os métodos de controle químicos e biológicos disponíveis, realizou-se uma revisão analítica da literatura. Além disso, buscou-se apontar perspectivas futuras para o manejo da broca. O controle químico, apesar de apresentar resposta rápida e maior eficiência em determinadas situações, deve ser utilizado com cautela, sendo considerado uma medida complementar no manejo integrado. Geralmente, é mais eficaz quando aplicado nos estágios iniciais de infestação, por meio da pulverização. No entanto, essa técnica envolve custos elevados e, muitas vezes, apresenta baixa eficácia a longo prazo. O manejo biológico, por sua vez, baseia-se no monitoramento da população de lagartas. Recomenda-se a liberação do parasitóide sempre que forem coletadas, no mínimo, 10 lagartas com mais de 1,5 cm de comprimento por hora/homem de coleta. ABSTRACT The sugarcane borer is one of the major challenges faced by agricultural producers, exerting a significant impact on the national economy. In the state of São Paulo, it is estimated that each 1% increase in borer infestation results in a reduction of approximately 0.96% to 2.06% in ethanol yield per hectare and 0.43% to 1.97% in sugar production per hectare. In order to better understand this pest and evaluate the available chemical and biological control methods, an analytical review of the literature was conducted. Moreover, the study was carried out with the aim of identifying future perspectives for the sustainable management of the sugarcane borer. Chemical control, although capable of delivering rapid results and higher efficacy under specific conditions, should be used with caution and regarded as a complementary strategy within an integrated pest management (IPM) approach. Its effectiveness is generally greater when applied during the early stages of infestation via spraying. However, this technique entails high costs and often shows limited long-term effectiveness. Biological control, on the other hand, relies on the monitoring of larval populations. The release of parasitoids is recommended whenever at least 10 larvae exceeding 1.5 cm in length are collected per person per hour during field monitoring.