Estudo dos impactos sociais das estufas municipais de Mogi das Cruzes

Abstract

O uso de estufas agrícolas remonta ao Império Romano e evoluiu significativamente desde então, tornando-se uma tecnologia essencial para a modernização da agricultura. No Brasil, as estufas começaram a se popularizar nas décadas de 1960 e 1970, ganhando espaço especialmente a partir dos anos 1990, com a introdução de materiais e tecnologias mais acessíveis. Este trabalho se concentra no uso de estufas agrícolas na cidade de Mogi das Cruzes e no estado de São Paulo, analisando seu impacto na sustentabilidade ambiental, inclusão social e desenvolvimento da agricultura familiar. O estudo aborda três vertentes principais: produção agrícola protegida, ações sociais e educação ambiental. As estufas agrícolas permitem aumentar a produtividade, reduzir o uso de agrotóxicos e melhorar a eficiência hídrica, enquanto iniciativas sociais, como capacitação e geração de renda, promovem a inclusão de mulheres em situação de vulnerabilidade. Projetos educativos, como o Escola Estufa, utilizam essas estruturas para ensinar práticas agrícolas sustentáveis e conscientizar jovens e comunidades sobre questões ambientais. Mogi das Cruzes destaca-se pelo uso de estufas na produção de hortaliças, flores ornamentais e frutas como morangos, promovendo práticas sustentáveis e apoiando a agricultura familiar. Políticas públicas locais oferecem suporte técnico e financeiro para construção de estufas, incentivando a diversificação de cultivos e o uso eficiente de recursos naturais. A região também desenvolve ações sociais relevantes, como a doação de mudas e cursos de capacitação para pequenos agricultores e mulheres, que utilizam as estufas como ferramentas de inclusão econômica e social. Projetos como "Restaurando a Vida Verde" e "Cultiva Mogi", coordenados pela Secretaria de Agricultura de Mogi, exemplificam o impacto positivo dessas iniciativas. O primeiro resgata e restaura mudas descartadas, enquanto o segundo promove a doação de mudas para munícipes e entidades. Entre setembro e dezembro de 2024, mais de 2.000 mudas foram produzidas ou recuperadas, sendo 345 doadas. Além disso, mulheres em situação de vulnerabilidade social participam de projetos de economia solidária, produzindo e comercializando mudas, o que possibilita sua reintegração econômica e social. A integração entre agricultura e assistência social fortalece comunidades vulneráveis e promove práticas sustentáveis. O estudo destaca que as estufas agrícolas vão além de seu papel produtivo, tornando-se catalisadoras de mudanças sociais, ambientais e econômicas. Tecnologias como automação e irrigação de precisão aumentam a eficiência do uso de recursos, enquanto projetos comunitários geram impacto positivo nas comunidades. Essa abordagem integrada demonstra a importância de políticas públicas e iniciativas privadas no fortalecimento da agricultura sustentável e da inclusão social.

The use of agricultural greenhouses dates back to the Roman Empire and has evolved significantly since then, becoming an essential technology for modernizing agriculture. In Brazil, greenhouses began gaining popularity in the 1960s and 1970s, especially from the 1990s onwards, with the introduction of more accessible materials and technologies. This study focuses on the use of agricultural greenhouses in the city of Mogi das Cruzes and the state of São Paulo, analyzing their impact on environmental sustainability, social inclusion, and the development of family farming. The study addresses three main areas: protected agricultural production, social actions, and environmental education. Agricultural greenhouses increase productivity, reduce the use of pesticides, and improve water efficiency, while social initiatives such as training and income generation promote the inclusion of women in vulnerable situations. Educational projects, such as the "Escola Estufa" program, use these structures to teach sustainable agricultural practices and raise awareness among young people and communities about environmental issues. Mogi das Cruzes stands out for its use of greenhouses in producing vegetables, ornamental flowers, and fruits such as strawberries, promoting sustainable practices and supporting 5 family farming. Local public policies provide technical and financial support for the construction of greenhouses, encouraging crop diversification and efficient use of natural resources. The region also develops relevant social actions, such as donating seedlings and offering training courses to small farmers and women who use greenhouses as tools for economic and social inclusion. Projects like "Restaurando a Vida Verde" and "Cultiva Mogi," coordinated by the Mogi Agriculture Department, exemplify the positive impact of these initiatives. The former rescues and restores discarded seedlings, while the latter promotes the donation of seedlings to residents and organizations. Between September and December 2024, over 2,000 seedlings were produced or restored, with 345 donated. Additionally, women in vulnerable social situations participate in solidarity economy projects, producing and selling seedlings, which enable their economic and social reintegration. The integration between agriculture and social assistance strengthens vulnerable communities and promotes sustainable practices. The study highlights that agricultural greenhouses go beyond their productive role, becoming catalysts for social, environmental, and economic change. Technologies such as automation and precision irrigation increase resource use efficiency, while community projects generate positive impacts on communities. This integrated approach demonstrates the importance of public policies and private initiatives in strengthening sustainable agriculture and social inclusion.