Atuação dos algoritmos das redes sociais como potencializadores do vício digital: nomofobia

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar a atuação dos algoritmos das redes sociais como elementos potencializadores do vício digital, com ênfase no fenômeno da nomofobia. Partindo de uma abordagem teórica, buscou-se compreender o funcionamento técnico dos algoritmos, especialmente aqueles baseados em aprendizado de máquina e redes neurais profundas, assim como os impactos psicossociais gerados por seu uso contínuo em plataformas como Instagram, TikTok e YouTube. A personalização extrema dos conteúdos, promovida por esses sistemas, atua no comportamento dos usuários e estimula padrões compulsivos de consumo digital, ao mesmo tempo em que reforça a dependência e o medo de ficar desconectado. O estudo também explorou a relação entre os estímulos algorítmicos e o desenvolvimento da nomofobia, condição caracterizada pela ansiedade intensa diante da ausência do telefone celular ou da internet. Observou-se que os algoritmos desempenham papel central na estruturação desse fenômeno, na medida em que operam segundo lógicas de engajamento contínuo, baseadas em recompensas variáveis e feedback instantâneo, provocando efeitos neuropsicológicos semelhantes aos de outros tipos de vício comportamental. Por meio de uma revisão bibliográfica multidisciplinar, o trabalho propõe uma reflexão crítica sobre os limites éticos e sociais do uso da inteligência algorítmica e a necessidade de práticas conscientes por parte dos usuários, desenvolvedores e formuladores de políticas públicas. Conclui-se que os algoritmos, embora tecnologicamente eficientes e indispensáveis para a organização da informação digital, demandam regulação e debate público, de modo a garantir um equilíbrio entre inovação tecnológica e bem-estar humano.

This study aims to analyze the role of social media algorithms as intensifiers of digital addiction, with a focus on the phenomenon of nomophobia. Through a theoretical approach, the research seeks to understand the technical functioning of algorithms—especially those based on machine learning and deep neural networks—as well as the psychosocial impacts resulting from their continuous use on platforms such as Instagram, TikTok, and YouTube. The extreme personalization of content promoted by these systems shapes user behavior and encourages compulsive patterns of digital consumption, while reinforcing dependence and the fear of disconnection. The study also explores the relationship between algorithmic stimuli and the development of nomophobia, a condition characterized by intense anxiety in the absence of a mobile phone or internet access. It was observed that algorithms play a central role in structuring this phenomenon, operating through engagement-driven logic based on variable rewards and instant feedback, which trigger neuropsychological effects similar to those found in other forms of behavioral addiction. Through a multidisciplinary literature review, this work proposes a critical reflection on the ethical and social boundaries of algorithmic intelligence and highlights the need for conscious practices from users, developers, and policymakers. It concludes that although algorithms are technologically efficient and essential for organizing digital information, they require regulation and public debate to ensure a balance between technological innovation and human well-being.