Coleta de sementes nativas florestais como uma prática sustentável na propriedade agroecológica

Abstract

A coleta de sementes nativas florestais tem se consolidado como uma estratégia fundamental para a conservação da biodiversidade, promoção da restauração ecológica e geração de renda para comunidades tradicionais, sobretudo no contexto da agroecologia. Este artigo apresenta uma revisão integrativa da literatura publicada entre 2015 e 2025 sobre a temática, com o objetivo de analisar sua viabilidade técnica, social e organizacional. Foram selecionadas 13 fontes, entre artigos científicos, monografias, trabalhos de conclusão de curso e relatórios técnicos. Os estudos revelam que a atividade envolve desafios relacionados à padronização da qualidade das sementes, às práticas de armazenamento, e à ausência de políticas públicas estruturadas. Por outro lado, evidenciam-se avanços significativos, como a organização de redes de coletores e bancos comunitários de sementes, o fortalecimento de saberes tradicionais e a inclusão social por meio da formação informal. Redes como a do Xingu demonstram impactos positivos diretos na geração de renda e na valorização cultural. A presença feminina e o intercâmbio entre gerações são aspectos centrais para a sustentabilidade dessas iniciativas. A literatura aponta a necessidade de certificações adequadas, apoio técnico e institucional, bem como o reconhecimento formal das sementes nativas como insumo estratégico para políticas ambientais e agroecológicas. Conclui-se que a coleta de sementes nativas representa uma prática sustentável promissora, que exige investimentos contínuos e articulação entre ciência, tradição e políticas públicas.

The collection of native forest seeds has established itself as a fundamental strategy for biodiversity conservation, promoting ecological restoration, and generating income for traditional communities, especially within the context of agroecology. This article presents an integrative review of the literature published between 2015 and 2025 on the topic, with the aim of analyzing its technical, social, and organizational feasibility. Thirteen sources were selected, including scientific articles, monographs, undergraduate thesis papers, and technical reports. The studies reveal that the activity involves challenges related to the standardization of seed quality, storage practices, and the lack of structured public policies. On the other hand, significant advances are evident, such as the organization of networks of collectors and community seed banks, the strengthening of traditional knowledge, and social inclusion through informal training.Networks like the Xingu demonstrate direct positive impacts on income generation and cultural appreciation. The presence of women and intergenerational exchange are central to the sustainability of these initiatives. The literature highlights the need for appropriate certifications, technical and institutional support, as well as the formal recognition of native seeds as a strategic input for environmental and agroecological policies. It is concluded that the collection of native seeds represents a promising sustainable practice that requires continuous investment and coordination between science, tradition, and public policies.