Gestão: do clássico ao humanizado - percepção e desenvolvimento

Abstract

Apesar da crescente importância dada às pessoas, os resultados financeiros ainda ocupam um papel de destaque nas organizações e, em alguns casos, os indivíduos são vistos apenas como mais um recurso necessário para trazer lucro à empresa. Considerando, no entanto, os aspectos das relações humanas, assim como os valores e conhecimentos adquiridos pelas pessoas ao longo de sua vida, cabe ressaltar a dignidade e a valorização do ser humano por ser o maior ativo das empresas, as quais são feitas por pessoas com atividades destinadas às pessoas. Nesse sentido, o presente estudo contextualiza a gestão e seus modelos clássicos, reflete sobre as relações interpessoais e seus desafios no ambiente organizacional e aborda as principais características da gestão humanizada com o objetivo de entender como as práticas dessa gestão podem levar à satisfação dos funcionários e ao desenvolvimento da organização como um todo. A pesquisa, ancorada em uma revisão bibliográfica de caráter exploratório, utiliza de fontes secundárias que reafirmam a relevância do tema e, como referência prática, discute acerca dos resultados da pesquisa Empresas Humanizadas, realizada pela Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo (EESC – USP), apontando índices significativos entre empresas comuns e humanizadas. Por fim, ao refletir sobre os quatro pilares dessa maneira emergente de conduzir uma empresa, engajando os diversos públicos de interesse em um propósito claro e legítimo, são sugeridas algumas ações, a partir dos pilares da gestão humanizada, para criar um ambiente mais humano nas empresas, agregar valor aos demais stakeholders e contribuir na formação de uma sociedade cada vez mais solidária e reverente à dignidade humana.

Despite the growing importance given to people, financial results still occupy a prominent role in organizations and, in some cases, individuals are seen as just another necessary resource to bring profit to the company. However, considering the aspects of human relations, as well as the values and knowledge acquired by people throughout their life, it is worth highlighting the dignity and appreciation of the human being as the greatest asset of companies, which are made by people with activities aimed at people. In this way, this study contextualizes management and its classic models, reflects on interpersonal relationships and their challenges in the organizational environment and addresses the main characteristics of humanistic management in order to understand how the practices of this management can lead to employee satisfaction and to the organizational development as a whole. The research, anchored in an exploratory bibliographic review, uses secondary sources that reaffirm the relevance of the theme and, as a practical reference, discusses the results of the survey called Empresas Humanizadas, carried out by Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo (EESC – USP), pointing out significant indexes between common companies and humanistic ones. Finally, when reflecting on the four pillars of this emerging way of conducting a company, engaging the various stakeholders in a clear and legitimate purpose, some actions are suggested based on the pillars of humanistic management to create a more humane environment in companies, adding value to other stakeholders and contributing to the formation of an increasingly solidary and reverent to human dignity society.