Conflitos que afetam as minorias: mulheres, comunidade negra, pessoas LGBTQIA+ e o mercado de trabalho Franca/SP

Abstract

De acordo com o Ministério Público, dentre os conflitos que afetam as minorias, a violência doméstica é o mais comum e atinge diversos perfis de vítimas, podendo oportunizar o feminicídio. Essas vítimas são mães, filhas, sogras, cunhadas, irmãs, vizinhas, colegas ou mulheres desconhecidas, em decorrência do machismo, e da manifestação do desprezo e discriminação contra a mulher. O contexto apresentado vem de encontro a realidade difícil da mulher em suas vivencias afetivas, sociais e culturais. O impacto deste contexto com a relação de trabalho torna-se escancarado. Mulher que pode ser o arrimo da família e se vê em situação de risco de vida, e vulnerabilidade, apresentam dificuldades significativas, de se manter no mercado de trabalho, ou de se recolocar em suas funções. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é investigar o impacto das vivências de discriminação por questões étnico-raciais e de violência doméstica, na retomada da rotina do trabalho, recolocação profissional e desenvolvimento profissional. Para compreender este cenário foi realizada pesquisa qualitativa de caráter exploratório, utilizando de pesquisa bibliográfica, baseada em livros e artigos científicos sobre o assunto, além de pesquisa de campo com aplicação de questionário ao público que recorre ao Centro de Referência de Atendimento à Mulher da cidade de Franca, no interior do estado de São Paulo. Os resultados indicam que parte significativa das usuárias do serviço ofertado pelo CRAM, após situação de violência doméstica, apresenta dificuldade em retornar ao mercado de trabalho e ás atividades laborais, sendo acometidas por quadro emocional fragilizado

According to the Public Prosecutor's Office, among the conflicts that affect minorities, domestic violence is the most common and affects different profiles of victims, which can provide opportunities for femicide. These victims are mothers, daughters, mothers-in-law, sisters-in-law, sisters, neighbors, colleagues or unknown women, as a result of machismo, and the manifestation of contempt and discrimination against women. The context presented is in line with the difficult reality of women in their affective, social and cultural experiences. The impact of this context on the employment relationship becomes clear. Women who can be the breadwinners of the family and find themselves in a life-threatening and vulnerable situation have significant difficulties in maintaining themselves in the labor market or in returning to their functions. In this sense, the objective of this study is to investigate the impact of experiences of discrimination due to ethnic-racial issues and domestic violence, on the resumption of the work routine, professional relocation and professional development. To understand this scenario, a qualitative exploratory research was carried out, using bibliographic research, in books and scientific articles on the subject, as well as field research with the application of a questionnaire to the public that uses the Reference Center for Women's Care in the city of Franca, in the interior of the state of São Paulo. The results indicate that a significant part of the users of the service offered by CRAM, after a situation of domestic violence, have difficulty in returning to the labor market, and work activities, being affected by a fragile emotional condition.