Sequestro de dióxido de carbono gerado na fermentação alcoólica: uma estimativa mássica

Abstract

A crescente preocupação dos governos mundiais sobre as mudanças climáticas ocorridas nas últimas décadas devido ao aumento da concentração de poluentes emitidos pelo ser humano, resultou na criação de organizações intergovernamentais com a finalidade de promover planos que pudessem mitigar as emissões de GEE. Com isso, foram criados diversos mecanismos de combate ao Aquecimento Global, sendo que a ferramenta considerada mais apropriada e aplicável foi o Protocolo de Kyoto, utilizando recursos como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) para reduzir as emissões sem prejudicar o crescimento econômico. Neste sentido, a implantação de uma planta coletora de gás em uma Indústria Sucroenergética, especificamente para a coleta do gás dióxido de carbono (CO2) gerado durante o processo de produção de Etanol (processo fermentativo), pode ser uma alternativa. Tendo como finalidade reduzir ainda mais a taxa emitida deste gás pelo setor, que já tem ganhado com a venda de créditos de carbono através da geração de bioeletricidade, foi simulado a instalação de uma planta coletora de CO2 em uma Empresa X, realizando balanços mássicos para quantificar a geração do gás. Nos resultados e discussões, pode-se observar que a redução na emissão de CO2 em uma indústria sucroenergética, através da captação do gás nos processos fermentativos torna o ciclo de vida do etanol uma forma de sequestro de carbono da atmosfera, pois de acordo com os balanços realizados, obteve-se um saldo final negativo de 495,6 Kg de CO2, ou seja, a cada 1.000 litros de etanol produzido e consumido, ocorre o sequestro de 495,6 Kg de CO2, lembrando que o gás recuperado deverá ter destino apropriado, ou seja, não deverá ser emitido para a atmosfera.

The ever growing concern about climate changes that have been occurring in the last decades due to the increase of pollutants emitted by men, has resulted in the creation of intergovernmental organizations with the purpose of promoting plans that may mitigate the emission of greenhouse gases. Thus were created many different mechanisms to address Global Warming, being the Kyoto Protocol the most proper and applicable way of doing it so, utilizing resources such as the Clean Development Mechanism (CDM) to reduce the emissions without interfering with the economic growth. In this sense the implement a Carbon Capture and Storage (CCS) Sugarcane Milling plant, more specifically to collect carbon dioxide (CO2) that is generated during the Ethanol production (fermentation process), may be an alternative. Focusing in reducing even more emissions that is produced by this type of industry, which has already benefited greatly by selling carbon credits with bioelectricity production, the installation of a CCS unity in company X was simulated, conducting mass calculations to quantify the available gas. It shows in the results and discussions that the reduction in CO2 emissions in a sugarcane milling plant through the gas capturing in fermentation processes turns the ethanol cycle a way of carbon sequestration from the atmosphere, due to the calculations, resulting a negative final balance of 495,6 Kg of CO2, which means that for every 1.000 liters of ethanol that is produced and consumed, occurs the sequestration of 495,6 Kg of CO2, reminding that the recovered gas has to have an appropriate destination, meaning not to be released back in the atmosphere.