Um estudo sobre os portos de Santos e de Rotterdam: um paralelo entre desafios e soluções voltados para a modernização

Abstract

Este estudo tem como objetivo analisar e propor alternativas para a melhoria da eficiência logística e operacional do Porto de Santos, por meio de uma comparação com o Porto de Rotterdam, na Holanda. A pesquisa se apoia em dados teóricos e estatísticos para avaliar elementos como infraestrutura, integração modal, trajetória histórica, políticas públicas e investimentos privados, buscando identificar gargalos e soluções aplicáveis ao contexto brasileiro. Os resultados demonstram que o Porto de Santos apresenta uma forte dependência do modal rodoviário, fator que contribui para congestionamentos e altos custos logísticos. Apesar da presença de outros modais, como o ferroviário e o dutoviário, a limitada integração entre eles compromete a fluidez e a eficiência operacional. Em contrapartida, o Porto de Rotterdam se consolidou como um dos principais hubs logísticos do mundo ao investir, desde meados do século XX, na diversificação e integração dos modais, em redes subterrâneas dedicadas ao transporte de cargas, e em infraestrutura sustentável e inovadora. Outro diferencial do modelo holandês está na formação de um cluster logístico portuário integrado, composto por empresas especializadas que atuam de forma coordenada para garantir agilidade no escoamento das mercadorias. A existência de zonas específicas para diferentes tipos de carga, o uso estratégico das hidrovias interiores e a modernização constante das instalações portuárias contribuem para a alta competitividade e adaptabilidade do porto frente às demandas do comércio global. Conclui-se que a eficiência e a competitividade de um porto estão diretamente relacionadas à integração multimodal, à inovação tecnológica e ao planejamento estratégico de longo prazo.

This study aims to analyze and propose alternatives to improve the logistical and operational efficiency of the Port of Santos by comparing it with the Port of Rotterdam in the Netherlands. Based on theoretical frameworks and statistical data, the research evaluates elements such as port infrastructure, modal integration, historical background, public policies, and private investments, in order to identify bottlenecks and successful practices that could be adapted to the Brazilian context. The findings show that the Port of Santos is heavily reliant on road transport, which leads to congestion and increased logistical costs. Despite the existence of railway and pipeline connections, the limited coordination among transport modes undermines overall operational performance. In contrast, the Port of Rotterdam has established itself as a global logistics hub by investing, since the mid-20th century, in modal diversification, dedicated underground cargo roads, and a highly integrated rail and inland waterway infrastructure, alongside sustainable and technological solutions. A major strength of the Dutch model lies in the creation of an integrated port logistics cluster, composed of specialized companies that operate in a coordinated manner to streamline cargo flows and reduce transaction costs. The implementation of dedicated zones for containers and bulk cargo, the strategic use of inland waterways, and the continuous modernization of infrastructure contribute to the port’s high levels of productivity and adaptability to global trade shifts. It is concluded that the competitiveness and efficiency of a port are closely tied to multimodal integration, technological innovation, and long-term strategic planning.