Desperdício de alimentos: uma análise das operações do entreposto central de abastecimento Jundiaí

Abstract

A alimentação é condição essencial para manutenção da vida, mas a produção agrícola também tem conotação econômica. O Brasil é considerado um dos maiores produtores agropecuários mundiais, mas em contrapartida também é um dos países que mais desperdiça alimentos, deixando de alimentar parcela da população que passa fome. Quando se desperdiçam alimentos são desperdiçados também recursos financeiros e grandes quantidades de recursos naturais utilizados em sua produção, que provocam impactos socioambientais. O objetivo deste estudo foi verificar como se dão as operações no Entreposto Central de Abastecimento Jundiaí, empresa de iniciativa privada, onde também ocorre desperdício de alimentos. Nesta cidade há cerca de 9.000 pessoas em estado de vulnerabilidade social que poderiam se beneficiar com o aproveitamento de alimentos em boas condições que são descartados. Através de entrevista com a gerente do local constatou-se que não há controle sobre o volume de alimentos ali comercializados, nem sobre a quantidade e nem as causas do descarte. As frutas e hortaliças que perdem o interesse comercial, mas que ainda podem ser aproveitados para consumo humano, são doados para entidades assistenciais cadastradas, que efetuam a retirada. Não há segregação nem aproveitamento dos resíduos, deixando de contribuir com a redução de resíduos sólidos enviados para o aterro sanitário, bem como, deixam de aproveitar a oportunidade de efetuar a compostagem da parte orgânica, auferindo receita. Constatou-se também que em Jundiaí não há um Banco de Alimentos que poderia agilizar a retirada de alimentos doados, distribuindo de maneira equitativa a cidadãos e organizações assistenciais