Avaliação da biodegradação de embalagens comerciais denominadas oxi-biodegradáveis e de seus efeitos ecotoxicológicos em solo simulado

Abstract

Nos últimos anos, o desenvolvimento de materiais poliméricos vem se tornando cada vez mais relevante para a sociedade. O que antes era considerado um material frágil, hoje toma proporções extravagantes, substituindo até mesmo o segmento de materiais metálicos. Porém, com o avanço tecnológico, percebe-se também a redução da vida útil de muitos equipamentos e produtos, o que, consequentemente, leva ao aumento do consumismo e aumento do descarte de resíduos sólidos no meio ambiente. O tempo de biodegradação do material descartado é muito menor que a velocidade com que o mesmo é consumido e descartado, gerando diariamente o acúmulo de toneladas de lixo no ambiente. Mediante essa situação, diversos estudos vêm sendo feitos para acelerar o processo de decomposição do material polimérico quando em contato com o solo. Uma área de desenvolvimento muito estudada e um tanto quanto polêmica é a de embalagens denominadas Oxi – biodegradáveis, as quais consistem em polímeros cuja formulação contém aditivos pró-degradantes/oxidantes. Tais aditivos têm como finalidade acelerar a oxidação, causando a quebra de cadeias poliméricas e facilitando sua posterior desintegração mediada por microorganismos. Nesse trabalho, foi avaliado o comportamento da biodegradação de três sacolas obtidas em diferentes estabelecimentos comerciais, as quais apresentam, impressa, denominação Oxi- biodegrádavel. Amostras dessas embalagens foram submetidas ao envelhecimento em solo simulado durante o período de 90 dias. A perda de massa das amostras foi determinada mensalmente e possíveis efeitos ecotoxicológicos foram determinados por meio da germinação e crescimento de plantas terrestres no solo simulado anteriormente em contato com as embalagens estudadas. Esse teste tem por finalidade avaliar possíveis interferências e alterações ecotoxicológicas causados pelos aditivos pró-oxidantes. Ao final dos testes não se observou perda de massa para nenhuma das amostras estudadas, o que sugere que as mesmas não sejam Oxi-biodegradáveis, contrariando informações dos fabricantes. Com relação à análise de ecotoxicidade, verificou-se que o contato das sacolas com o solo não interferiu na germinação e no crescimento das plantas.