Autoexigência e empreendedorismo de si: impactos psicológicos no mercado de trabalho contemporâneo.

Abstract

Este estudo analisa os impactos psicológicos da autoexigência no contexto do empreendedorismo de si no mercado de trabalho contemporâneo. A pesquisa parte da premissa de que, em uma sociedade marcada pelo desempenho e pela produtividade constante, os indivíduos são levados a se enxergar como empresas de si mesmos, sendo pressionados a manter uma performance elevada de forma contínua. A metodologia adotada foi uma abordagem mista, combinando pesquisa bibliográfica e aplicação de questionário com questões fechadas e uma única aberta. O estudo fundamenta-se em autores como Byung-Chul Han, Edgard Cabanas e Eva Illouz, que discutem os efeitos da sociedade do cansaço e da psicologia positiva sobre a saúde mental dos trabalhadores. Os resultados indicam que a autoexigência excessiva está relacionada ao aumento de quadros de depressão, esgotamento e Síndrome de Burnout, evidenciando a urgência de refletir sobre os modelos atuais de trabalho. A análise revela que a valorização excessiva da motivação, do desempenho e da positividade transforma o trabalhador em agente exclusivo de sua própria produtividade, ignorando os fatores estruturais do mercado. Conclui-se que é necessário resgatar o valor do descanso, da contemplação e da coletividade, propondo novas formas de organização do trabalho mais humanas e sustentáveis.

This study analyzes the psychological impacts of self-demand in the context of self-entrepreneurship within the contemporary labor market. The research is based on the premise that, in a society driven by performance and constant productivity, individuals are led to see themselves as enterprises of their own, being pressured to maintain a high level of performance continuously. The methodology adopted was a mixed approach, combining bibliographic research with the application of a questionnaire containing closed questions and one open-ended question. The study is grounded in authors such as Byung-Chul Han, Edgar Cabanas, and Eva Illouz, who discuss the effects of the burnout society and positive psychology on workers’ mental health. The results indicate that excessive self-demand is associated with increased cases of depression, exhaustion, and Burnout Syndrome, highlighting the urgent need to reflect on current work models. The analysis reveals that the overvaluation of motivation, performance, and positivity turns the worker into the sole agent of their own productivity, ignoring the structural factors of the market. It is concluded that it is necessary to rescue the value of rest, contemplation, and collectivity, proposing new, more humane and sustainable forms of work organization.