Uso de EPIs no ambiente rural

Abstract

Este estudo investigou a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) no ambiente rural de cultivo da cana-de-açúcar em Quatá (SP), visando compreender o perfil dos trabalhadores, as práticas de segurança adotadas e as principais fragilidades no uso dos dispositivos. Adotou-se abordagem descritiva e quantitativa, com aplicação de questionário estruturado a 33 colaboradores, complementada por revisão da Norma Regulamentadora NR-31 e de literatura especializada. Verificou-se que 97% dos entrevistados receberam treinamento e utilizam EPIs diariamente, sobretudo botas, luvas e touca árabe, embora 27,3% relatem desconfortos térmicos e ergonômicos que podem comprometer a adesão contínua. Constatou-se ainda que 30,3% desconhecem ou não compreendem completamente a NR-31 e que 27,3% já presenciaram acidentes relacionados à falta ou uso inadequado de EPIs. A partir desses achados, propõem-se a implantação de programas sistemáticos de capacitação com reciclagem semestral, o aprimoramento ergonômico dos equipamentos por meio de materiais mais leves e ventilados, o fortalecimento da cultura de segurança por meio de comissões internas e campanhas de incentivo, além do estabelecimento de cronogramas de reposição e manutenção preventiva dos EPIs. As medidas recomendadas buscam consolidar o uso dos EPIs como prática rotineira, reduzir o índice de acidentes e promover melhores condições de trabalho no meio rural.

This study investigated the use of Personal Protective Equipment (PPE) in the rural environment of sugarcane cultivation in Quatá (SP), aiming to understand worker profiles, adopted safety practices, and main shortcomings in equipment use. A descriptive, quantitative approach was employed, with a structured questionnaire administered to 33 employees, complemented by a review of Regulatory Standard NR-31 and specialized literature. It was found that 97% of respondents received training and use PPE daily—particularly boots, gloves, and Arabic caps—although 27.3% reported thermal and ergonomic discomfort that may compromise continuous adherence. It was also observed that 30.3% were unaware of or did not fully understand NR-31, and 27.3% had experienced accidents related to lack or improper use of PPE. Based on these findings, the implementation of systematic training programs with semiannual refreshers is recommended, along with ergonomic improvements of equipment using lighter, more breathable materials, the strengthening of a safety culture through internal prevention committees and incentive campaigns, and the establishment of schedules for PPE replenishment and preventive maintenance. These measures aim to consolidate PPE use as a routine practice, reduce accident rates, and promote better working conditions in rural settings.