Intersecção do empreendedorismo feminino e a independência financeira por conta da violência doméstica em Indaiatuba

Abstract

A violência contra a mulher é um problema mundial, e no Brasil tem sido registrado um aumento significativo nas denúncias e casos de violência doméstica. O empreendedorismo feminino tem se mostrado uma alternativa eficaz para promover a autonomia financeira de mulheres vítimas desse tipo de violência. Este estudo de caso com abordagem qualitativa exploratória analisa essa realidade no município de Indaiatuba, que se destaca pelo crescimento econômico e por uma ampla rede de apoio social e programas públicos de incentivo ao empreendedorismo feminino. Observa-se no município um crescente número de atendimentos e flagrantes de violência doméstica. De 2018 a 2024, 1.715 mulheres registraram medidas protetivas, sendo realizadas neste período 8.811 rondas pela Guarda Civil. O SOS Caminho das Rosas registrou 586 aplicativos ativos. Destaca-se também o crescente número de divórcios judiciais ocorridos no município. Dados revelam que 48% das mulheres vítimas de violência tornaram-se empreendedoras. O Mapa de Empresas mostra a abertura de 5.519 empresas em 2023, 5.901 em 2024 e 2.011 apenas nos três primeiros meses de 2025. Programas de apoio como Caminho das Rosas, Círculo de Mulheres Empreendedoras, MEI (Mulheres Empreendedoras de Indaiatuba), Programa Feira da Mulher Empreendedora, Ação Mulher, entre outros, têm sido fundamentais nesse processo.