Análise qualitativa e identificação de paracetamol em corpos hídricos

Abstract

O paracetamol, também conhecido como acetaminofeno, é um medicamento seguro e eficaz, amplamente utilizado como analgésico e antitérmico. No Brasil, a automedicação é comum, com cerca de 35% das vendas de medicamentos sendo feitas sem receita. Uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia revelou que 77% dos brasileiros usaram medicamentos sem prescrição em 2019. Após a administração, 90 a 100% do paracetamol pode ser recuperado na urina no primeiro dia. Sua meia-vida varia de 2 horas em adultos sendo mais longo em recém-nascidos e adultos com cirrose. No entanto, as estações de tratamento de esgoto não removem completamente o paracetamol, resultando em contaminação de corpos hídricos, o que pode causar danos à vida marinha. Portanto, é importante monitorar esses contaminantes para garantir a qualidade da água destinada ao consumo humano. Devido ao alto custo de tratamentos analíticos sofisticados, muitas estações de tratamento de esgoto (ETEs) são projetadas apenas para reduzir poluentes orgânicos. Assim, micropoluentes como fármacos permanecem nos efluentes, podendo ser ecotoxicológicos e persistentes. Mesmo em baixas concentrações, resíduos de fármacos podem impactar a vida aquática e a saúde humana, alterando a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas. O metabolismo do paracetamol pode causar estresse oxidativo em organismos aquáticos, afetando plantas, micro crustáceos, moluscos e peixes. Portanto, é necessário o desenvolvimento de métodos analíticos para identificar este fármaco em corpos hídricos, garantindo a qualidade da água para o consumo humano e preservação ambiental. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho é o desenvolvimento de um método analítico qualitativo de baixo custo que auxilie na identificação deste fármaco em recursos hídricos.

Paracetamol, also known as acetaminophen, is a safe and effective medication widely used as an analgesic and antipyretic. In Brazil, self-medication is common, with about 35% of medication sales being made without a prescription. A survey by the Federal Pharmacy Council revealed that 77% of Brazilians used non-prescription medications in 2019. After administration, 90 to 100% of paracetamol can be recovered in the urine on the first day. Its half-life varies from 2 hours in adults, being longer in newborns and adults with cirrhosis. However, sewage treatment plants do not completely remove paracetamol, resulting in contamination of water bodies, which can harm marine life. Therefore, it is important to monitor these contaminants to ensure the quality of water intended for human consumption. Due to the high cost of sophisticated analytical treatments, many sewage treatment plants (STPs) are designed only to reduce organic pollutants. Thus, micropollutants such as pharmaceuticals remain in the effluents, potentially being ecotoxicological and persistent. Even at low concentrations, pharmaceutical residues can impact aquatic life and human health, altering biodiversity and ecosystem balance. The metabolism of paracetamol can cause oxidative stress in aquatic organisms, affecting plants, microcrustaceans, mollusks, and fish. Therefore, it is necessary to develop analytical methods to identify this drug in water bodies, ensuring water quality for human consumption and environmental preservation. Thus, the objective of the present work is to develop a low-cost qualitative analytical method to assist in the identification of this drug in water resources.