Microempresas e a gestão familiar: dos obstáculos gerenciais às chaves para o sucesso

Abstract

As empresas familiares representam significativa parte das empresas estabelecidas no Brasil, modelo fortemente presente inclusive em organizações de grande porte. De fato, tal modelo é o mais comum nas empresas instaladas em território nacional, segundo dados do Sebrae. Contudo, o aparente mero detalhe se torna relevante fator influente do âmbito interno da organização, na forma como a mesma é gerida e como a mesma se relaciona com o âmbito externo. Ainda segundo dados de 2016 levantados pelo Sebrae, as microempresas possuem uma taxa de mortalidade superior à dos microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte (EPP). Segundo pesquisa demográfica de empresas realizada pelo IBGE em 2014, a cada 10 empresas entrevistadas que abriram, cerca de apenas 3 das empresas de pequeno porte ainda sobreviviam nos 5 anos seguintes. O tema, portanto, filtra as microempresas familiares para compreender, ainda, como entraves na gestão familiar corporativa podem significar um ponto de vantagem ou risco. Levando-se em conta os indicadores de sobrevivência das microempresas, pode-se estimar que as mesmas possuem, nitidamente, barreiras em comum para se estabelecer no mercado competitivo. Levando-se em conta, inclusive, a relevância das mesmas para a economia e progresso nacional, dá-se maior importância ainda à necessidade de identificar os óbices ao sucesso que entram no caminho de muitas dessas empresas de pequeno porte. Faz-se necessário desenvolver um estudo focado em autores, indicadores, pesquisas e resultados para então se apontar o que pode ter ocorrido em comum a todas essas empresas que sequer sobreviveram aos primeiros anos de vida. Logo, a pesquisa buscou levantar e relacionar informações, por meio de estudo teórico, relacionadas a particularidades desse modelo de gestão. Conheceram-se pontos facilitadores e obstáculos, oportunidades e riscos provenientes do modelo de gestão familiar em comparação a empresas tradicionais, dentre diversos temas inerentes e específicos à mesma. Assim, este estudo nos habilitou a levantar significativos dados que puderam ser comparados e produziram considerações valiosas sobre a Gestão Familiar nas organizações e sua relação com políticas internas e com o mercado.

Family businesses represent a significant part of companies established in Brazil, a model strongly present even in large organizations. In fact, such a model is the most common in companies installed in the national territory, according to data from Sebrae. However, the apparent mere detail becomes a relevant influencing factor in the internal scope of the organization, in the way it is managed and how it relates to the external scope. Also according to 2016 data collected by Sebrae, microenterprises have a higher mortality rate than that of individual micro entrepreneurs and small businesses (SB). According to a demographic survey of companies carried out by IBGE in 2014, for every 10 interviewed companies that opened, about only 3 of the small companies still survived in the following 5 years. The theme, therefore, filters family microenterprises to further understand how obstacles in corporate family management can mean a point of advantage or risk. Taking into account the survival indicators of microenterprises, it can be estimated that they clearly have common barriers to establish themselves in the competitive market. Even taking into account their relevance to the economy and national progress, even greater importance is given to the need to identify the obstacles to success that come in the way of many of these small companies. It is necessary to develop a study focused on authors, indicators, research and results in order to point out what may have happened in common to all these companies that did not even survive the first years of life. Therefore, the research sought to raise and relate information, through theoretical study, related to the particularities of this management model. Facilitating points and obstacles, opportunities and risks arising from the family management model were compared to traditional companies, among several inherent and specific themes. Thus, this study enabled us to raise significant data that could be compared and produced valuable considerations about Family Management in organizations and their relationship with internal policies and with the market.